No último sábado (13), a Praça de Alimentação do Shopping Serra Dourada, em Altamira (PA), foi palco de um encontro que celebrou cultura, empreendedorismo comunitário e valorização da biodiversidade amazônica. A feira de exposição marcou o encerramento das atividades do Programa Originação do Projeto Floresta+ Amazônia, reunindo produtos e serviços desenvolvidos por empreendimentos apoiados pelo programa, além de outros expositores convidados.
A iniciativa integrou a Modalidade Inovação do Floresta+, com execução da empresa NeoVentures e parceria da Secretaria Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Durante o evento, o público pôde conhecer e adquirir produtos da sociobiodiversidade amazônica, participar de oficinas de artesanato indígena, assistir a desfiles de moda indígena e trocar experiências sobre saberes tradicionais.
Resultados e impactos
O Programa Originação ofereceu mentorias, capacitações e encontros que fortaleceram pequenos negócios da região, ampliando oportunidades de mercado e promovendo soluções sustentáveis a partir da floresta em pé. Na avaliação de Giuliano Guimarães, assessor técnico do Projeto Floresta+ Amazônia pelo PNUD, o momento representou uma conquista coletiva. “O evento marcou não só o encerramento de uma trilha de fortalecimento desses empreendimentos, mas também o início de uma jornada de empreendedorismo baseada na transformação da biodiversidade e dos saberes tradicionais da Amazônia em soluções sustentáveis, gerando impacto social, econômico e ambiental positivo”.
Bruna De Vita, diretora do Departamento de Políticas de Estímulo à Bioeconomia do MMA, destacou a relevância da iniciativa. “São negócios muito promissores que, com certeza, melhoraram seus processos e seu acesso aos mercados durante a imersão no Programa Originação. A feira foi uma oportunidade de confirmar os bons resultados dos trabalhos e mostrar à sociedade o valor dos empreendimentos da região”.
Vozes da floresta
Os empreendedores apoiados pelo programa também compartilharam suas experiências. Para Maria Alacide, indígena do povo Xipaia e criadora da Xipaia Massas Artesanais, a participação foi decisiva. “Para mim foi muito importante receber o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia porque tudo o que eu aprendi abriu meu horizonte. Eu não sabia ao certo o caminho que eu queria seguir, como fazer, e hoje eu tenho a certeza do que eu quero para mim. Foi uma porta que se abriu para eu poder montar o meu sonho. A Floresta e toda a riqueza, que muita gente não conhece, está na minha marca e nos meus produtos. Minha matéria-prima é a Amazônia e fiquei muito feliz em poder receber, através do Programa Originação, uma marca que traduz exatamente o espírito do meu trabalho”, contou. A Xipaia Massas Artesanais produz bolos e pães artesanais a partir de matéria-prima da floresta como castanha, babaçu e açaí
Já Gildete Dias, fundadora da Bolhas da Amazônia, ressaltou a transformação vivida. “Foi uma virada de chave ter sido selecionada para participar do Programa Originação. Foram quase seis meses em que eu tive a oportunidade de viver mentorias, participar de treinamentos e encontros semanais onde eu aprendi muitas coisas e aprimorei ainda mais meus produtos. E ainda ganhei toda a identidade visual do meu negócio, um presente maravilhoso. Estou preparada para os próximos passos, que inclui o registro do meu CNPJ para poder expandir a comercialização. Tenho muita gratidão por todo o aprendizado e pelo que tive a chance de receber”. A Bolhas da Amazônia produz sabonetes naturais com matéria prima extraída da Floresta dentro dos princípios da sociobiodiversidade.
Parceria estratégica
Para Daniele Leite, líder de projetos da NeoVentures, ser parceira do Floresta+ na execução do Programa Originação reforça o compromisso da empresa com a bioeconomia amazônica. “Participar desta iniciativa é motivo de orgulho para a NeoVentures. Apoiar o Floresta+ significa contribuir para a economia da floresta em pé e para a valorização de empreendimentos locais que preservam tradições e, ao mesmo tempo, geram inovação e desenvolvimento sustentável na região”.
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