Programa de Aceleração do Floresta+ Amazônia destaca negócios inovadores da bioeconomia em Santarém (PA)

Sumário

O Projeto Floresta+ Amazônia realizou ontem (18), em Santarém (PA), o encerramento do Programa de Aceleração, uma etapa decisiva na jornada de empreendimentos que estão transformando a bioeconomia na região amazônica. Durante o evento, nove negócios tiveram a oportunidade de apresentar suas soluções inovadoras a investidores, parceiros estratégicos e representantes do ecossistema de impacto, reforçando o papel da bioeconomia como estratégia de desenvolvimento sustentável.

O Programa de Aceleração do Floresta+ Amazônia é voltado a negócios em estágio mais avançado, que já validaram suas propostas de valor e precisam de apoio para ganhar escala, acessar novos mercados e consolidar sua atuação. O programa ocorreu pela Modalidade Inovação do Floresta+, no âmbito da Secretaria Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em parceria com a empresa Semente Negócios, e oferece mentorias, capacitações e conexões estratégicas, ampliando o potencial de impacto socioambiental de cada empreendimento.

O assessor técnico da Projeto Floresta+ Amazônia, Giuliano Guimarães, destacou a importância do programa para a conservação da floresta. “O Programa de Aceleração do Projeto Floresta+ Amazônia, uma iniciativa do PNUD e do Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria Nacional de Bioeconomia, ofereceu seis meses de mentorias e capacitações especializadas. E nosso objetivo, que era o fortalecimento das startups, micro e pequenas empresas do Baixo Amazonas, foi alcançado impulsionando suas soluções para gerar impactos positivos e desenvolver o ecossistema de negócios na região”. 

Histórias de transformação

Entre os empreendedores participantes, a Samaúma Óleos Vegetais da Amazônia emocionou o público com a trajetória de superação de seu fundador. O agricultor Adamor relatou como a iniciativa foi fundamental para mudar o rumo do seu negócio. “Minha história começou lá em 2005, na comunidade Samaúma, quando decidi investir na floresta e na agricultura. Vi minha vida mudar aos poucos, com plantações de andiroba e cupuaçu, além de frutas como banana, goiaba e manga. (…) E toda essa transformação só foi possível com a ajuda do Programa de Aceleração do Floresta+ Amazônia. Para mim, que tenho pouca escolaridade, foi um divisor de águas. Eles me ensinaram a me organizar e, com muita paciência, me ajudaram a superar minha dificuldade com a escrita e o preenchimento de formulários. Agradeço por ter me preparado para o futuro. Com certeza, valeu muito a pena”.

A experiência também foi marcante para a startup Amazonizar-se, que atua com turismo de base comunitária. Sua fundadora, Leidiane, destacou que o programa chegou em um momento crítico. “O nosso negócio é a startup Amazonizasse, uma plataforma de turismo de base comunitária. E para a gente, participar do programa do Floresta+ foi essencial. Estávamos em um momento de crise, pensando em desistir, mas as mentorias nos deram uma rede de apoio e nos mostraram que nosso negócio tem um grande potencial de crescimento”.

Já para a Bionama, dedicada ao cultivo e processamento de produtos naturais da floresta, a aceleração foi um passo importante para amadurecer o modelo de negócio. A diretora de pesquisa e desenvolvimento, Laiane Iranjos, explicou. “Nossa participação no programa do Floresta+ Amazônia foi transformadora. (…) O programa nos capacitou em todas essas áreas, nos dando o conhecimento que precisávamos para amadurecer a nossa startup. Além de todo o aprendizado, o Floresta+ nos conectou com outros empreendedores incríveis. Pessoas com negócios inovadores e sustentáveis que, assim como nós, colocam a Amazônia em um lugar de protagonismo”.

Negócios participantes

Além dessas histórias, o evento reuniu um conjunto diverso de empreendimentos conectados à sociobiodiversidade amazônica, cada um trazendo soluções inovadoras e sustentáveis:

  1. Amazonizar-se – democratiza o turismo de base comunitária em Santarém, conectando visitantes a experiências autênticas com comunidades tradicionais.
  2. Bionama – dedica-se ao cultivo e processamento de produtos naturais da floresta, com foco em soluções sustentáveis para o mercado.
  3. Cooperativa Turiarte – promove o turismo sustentável e valoriza o artesanato local em comunidades amazônicas.
  4. Trançados do Arapiuns – atua com artesanato regional a partir da palha de tucumã, utilizando tingimento natural e valorizando saberes tradicionais.
  5. Samaúma Óleos Vegetais da Amazônia – transforma plantas nativas em óleos e manteigas naturais, como andiroba, cupuaçu e cacau, fortalecendo cadeias comunitárias.
  6. Muriki Experiências – agência especializada em turismo de experiências no Oeste do Pará, conectando visitantes à biodiversidade e cultura local.
  7. Mahá Biocosméticos – desenvolve cosméticos capilares veganos e sustentáveis, formulados com insumos amazônicos em parceria com a UFOPA.
  8. Cuia Nanofilter – startup nanotecnológica de purificação de água, que remove metais pesados e pesticidas, oferecendo segurança hídrica a comunidades vulneráveis.
  9. Artes Vitor Matos – trabalho do artista e artesão tapajônico que resgata saberes ancestrais e valoriza a cultura indígena por meio do artesanato.

Impacto e conexões

Durante o encerramento, cada empreendedor apresentou seu pitch em três minutos, destacando resultados, aprendizados e planos de expansão. O evento foi acompanhado por investidores e atores-chave da bioeconomia, em um ambiente voltado para gerar novas parcerias e oportunidades.

O diretor de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, William Saad, destacou os resultados alcançados. “Foram seis meses de muito trabalho e um resultado de impacto real. O Programa de Aceleração do projeto Floresta+ Amazônia promoveu soluções que geraram impacto positivo nas startups e pequenas empresas participantes e fortaleceram o ecossistema de bioeconomia local”.

A diretora do Departamento de Políticas de Estímulo à Bioeconomia do Ministério, Bruna De Vita, também ressaltou a relevância do evento. “A bioeconomia é uma ferramenta essencial para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com esse programa, buscamos estimular práticas que aliam conservação ambiental e geração de renda, fortalecendo um modelo econômico que respeita as particularidades da floresta e de suas populações”.

Sobre o Floresta+ Amazônia

O Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do Governo Brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF) e execução técnica da Semente Negócios.

Atuando em 18 municípios do Pará, o projeto incentiva soluções sustentáveis, fortalece negócios comunitários e promove a conservação da Amazônia, alinhando desenvolvimento local, cultura e preservação ambiental.

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