
O Projeto Floresta+ Amazônia realizou nesta terça-feira (16/09), em Altamira (PA), encontro para celebrar resultados e encerrar o Programa de Incubação, reunindo oito empreendimentos que nasceram e estão se desenvolvendo no coração da floresta. A iniciativa marca um passo importante no fortalecimento de empreendedores comunitários e startups que desenvolvem soluções sustentáveis para a bioeconomia, valorizando a sociobiodiversidade amazônica e promovendo a conservação do território.
O programa ocorreu pela Modalidade Inovação do Floresta+, no âmbito da Secretaria Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com a empresa Semente Negócios e com apoio da Incubadora Xingu. O Floresta + Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, liderado pelo MMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Ainda conta com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF).
Ao longo de seis meses, o programa reuniu empreendimentos em estágio inicial e intermediário de desenvolvimento, oferecendo capacitação, mentorias e conexões estratégicas para a transformação de boas ideias em modelos de negócio sólidos. Com isso, a proposta é criar um ecossistema que valorize a floresta em pé, gere renda para populações locais e estimule a inovação de base comunitária.
Negócios incubados que inspiram
Os oito negócios participantes do ciclo de Incubação que participaram do evento, que destacam a diversidade e o potencial transformador da Amazônia. Conheça mais sobre eles:
- Agroos Consultoria Agronômica – especializada em sistemas agrossilvipastoris, promovendo equilíbrio entre agricultura, pecuária e floresta.
- Belamazônia – chocolates “tree to bar” que valorizam o protagonismo feminino e demonstram a viabilidade do desenvolvimento sustentável na floresta.
- Mazô Maná – alternativas alimentares de alto valor nutricional a partir de proteínas vegetais e frutas amazônicas, contribuindo para segurança alimentar e conservação.
- Dôralícias – alimentos artesanais com insumos da agricultura familiar e de povos originários, fortalecendo a bioeconomia.
- Menire – marca criada por mulheres Xikrin, que transforma em arte saberes ancestrais e cultura indígena.
- Associação dos Agricultores do Babaquara (AABA) – iniciativa de agricultura familiar que fortalece a economia comunitária e a segurança alimentar.
- Ecoplante – papelaria sustentável que produz papel semente e fomenta práticas de economia circular.
- Chocolate Cacau Xingu – produção orgânica “tree to bar”, com rastreabilidade e valorização de ingredientes da floresta
Cada empreendimento traz consigo não apenas um produto, mas uma história de resistência, saberes tradicionais e compromisso com o futuro da Amazônia.
Espaço de conexão e impacto
Durante o evento, os empreendedores tiveram a oportunidade de apresentar seus pitches de três minutos, compartilhando resultados, aprendizados e perspectivas de crescimento com uma banca formada por apoiadores, parceiros e representantes da bioeconomia amazônica.
“Participamos de várias formações e capacitações através do Projeto Floresta + Amazônia. A partir e tudo o que foi aprendido, as vendas aumentaram, as participantes conseguiram incorporar melhorias aos produtos, ampliamos a divulgação e o resultado foi a geração de mais renda para dentro do território”, explicou Sâmia Brazão, da Associação Bebô Xikrin do Bacajá, representada pela marca Menire, que transforma em arte saberes ancestrais e cultura indígena.
Quase perto de se formar em agronomia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o jovem Cristiano Santana idealizou a Agroos Consultoria Agronômica. O empreendimento pretende ser especializado em sistemas agrossilvipastoris e promoção do equilíbrio entre agricultura, pecuária e floresta. “Foi muito importante participar do Programa de Incubação promovido pelo Floresta + Amazônia. Durante a formação, entendemos a importância da floresta em pé e como a gente pode, como empreendedores, fazer projetos que auxiliem no desenvolvimento de nossa região. Ganhamos conhecimento e maturidade para dar os próximos passos”, disse orgulhoso, Cristiano.
“Com a chegada do Floresta, por meio do Programa de Incubação, tivemos acesso ao conhecimento para entender que nós fazemos parte dessa Amazônia imensa e tão potente. Como pessoas e como empresa, entendemos o nosso papel na preservação do meio ambiente, da floresta e de toda a biodiversidade”, afirmou Dora Guimarães, empreendedora da Dôralícias, que beneficia o cacau para produção de chocolates e derivados.
Para o coordenador de Desenvolvimento da Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Diego Furtado, a inserção nos programas de inovação do Projeto Floresta+ Amazônia é estratégica e chega em um momento oportuno para a agenda do ministério. “Tanto os empreendimentos quanto os programas se conectam de forma direta à construção do Plano Nacional da Sociobioeconomia, fortalecendo a integração entre políticas públicas, inovação e desenvolvimento sustentável. Esse alinhamento contribui para consolidar a bioeconomia como vetor central para o desenvolvimento local justo e sustentável”, destacou Furtado.
“O encerramento do ciclo do Programa de Incubação foi momento de celebrar as conquistas de quem busca a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, que são todos empreendimentos apoiados. O Projeto Floresta+ Amazônia tem alegria e a honra de contribuir com esse processo, de construção coletiva, a partir do envolvimento e participação direta dos empreendimentos, mostrando que é possível produzir, empreender, gerar renda e conservar a Amazônia”, afirmou o assessor técnico do Floresta+, Giuliano Guimarães.
Bioeconomia como caminho de futuro
De acordo com a Diretora do Departamento de Políticas de Estímulo à Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Bruna De Vita, a iniciativa demonstra o papel estratégico da bioeconomia para o Brasil. “A bioeconomia é uma ferramenta essencial para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com esse programa, buscamos estimular práticas que aliam conservação ambiental e geração de renda, fortalecendo um modelo econômico que respeita as particularidades da floresta e de suas populações”.
Dados do próprio MMA apontam que a bioeconomia pode movimentar bilhões de reais e gerar milhares de empregos na região, criando cadeias produtivas sustentáveis que unem inovação, conhecimento tradicional e conservação ambiental.

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